Acho terrível a combinação de uma blusa pela metade, chamada cropped, com uma saia um pouco acima da cintura. Não gosto de peplum. Óculos
rosa com lente espelhada para mim parece fantasia de ET. E os sutiãs de
tirinhas, o que falar deles? Além de desnecessário, não acrescenta
absolutamente nada de bonito aos looks. Vestido colado no corpo onde se vê até
a alma também não me agrada. Vai ver que se alguém fizer um estudo (se é que
não já foi feito) para analisar pessoas que seguem tendências de
moda e relacionar esses dados com atividades as quais essas pessoas dedicam seu tempo, e ainda comparar estatisticamente com a sua aparência física, provavelmente chegarão a conclusão de que a grande maioria só tem o corpo malhado para
chamar a atenção do mundo, então é necessário mostrar de todas as formas, seja primavera, verão, outono ou inverno.
Para ninguém dizer que só critico
roupas mini, também não gosto de saias midi baphonicas só porque é o que temos
para a estação. Saias longas com uma fenda lateral também não faz um look ser
deuso. Roupas com cores vibrantes, a exemplo do rosa choque ou verde limão,
também não são muito atraentes para mim. Mistura de estampas é ridículo, nada
harmônico, principalmente porque na temporada passada a moda era peças básicas
e lisas. Agora todos têm que renovar o guarda-roupa já que a mistura de
estampas está em alta. Como seguir a tendência se suas roupas não são
estampadas? Hora de ir as compras! Com algumas semanas o nude vem com tudo e aí
se pensa em reutilizar as peças basiquinhas novamente, mas o detalhe é que esta moda é para peças com formatos atípicos. Nada de decote V, regata, nada disso: é a era dos
cortes assimétricos. E assim segue a ditadura: definindo, exigindo e perseguindo.
O mundo está de tal maneira que uma atriz foi vista
repetindo um vestido que usou meses atrás em um evento, e esse fato gerou uma repercussão
tão grande que me fez pensar: será que as pessoas não têm mais maquina de
lavar em suas casas ou apenas as roupas agora estão sendo lançadas em formas descartáveis?
Um ciclo que muda 1% e exige dos seguidores a mudança de seus
estilos até se adequarem a nova moda, para mim, é aberração. É esperteza de uma
minoria, é um massacre coletivo à massa que trabalha dia e noite para pagar a
fatura do cartão e liberar o limite para novas compras, e depois trabalham duas
vezes mais para pagá-las. Inclusive, é penoso o suficiente saber que há
pessoas que pagam 1000 reais em uma peça de roupa, apenas porque ela é de
marca, e de preferencia que nela esteja bem visível o nome dessa marca. Ou seja, pagam
caríssimo para fazer propaganda para uma empresa multibilionária que já lucra
infinitamente as custas de seres assim, desprezíveis.
Não vivo despida. Compro, tenho gostos, preferências, mas
esses vêm da minha vontade pessoal e não de terceiros que dizem o que é bonito,
o que devo ou não usar e o que as lojas devem vender. Recentemente fui às
compras em busca de uma blusa listrada de manga comprida e fiquei impressionada
como praticamente não existia mais blusas abaixo do umbigo para vender.
Matérias do tipo "looks para se inspirar nesse São João", "como usar peplum?" ou "10 tendências para apostar no inverno 2015", já despertaram a minha curiosidade um dia, porém hoje é só algo desprezível, apenas isso. Não sou obrigada a seguir um padrão de uniformização de
cérebros mortos que seguem em uma esteira de linha de produção fabril com uma
alimentação doente e perversa por parte de uma indústria que só tem a ganhar
investindo em meia dúzia de manequins prontas a serem o que for exigido
constantemente, em troca de alguns trocados, alguns “presentes” e uma legião de
seguidoras acéfalas.
Não sou obrigada.